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domingo, 31 de outubro de 2010

Voto!

Eu voto.
Desconfio deles
mas voto.
Sem entender porque devo fazer,
sou movida  pelo impulso democrático
pra uma escolha que não faria,
neste contexto me torno cínica
quando confirmo, aquilo que devo negar.
Vou a caminho do voto, arrastada pela
obrigatoriedade questionável.
Devo escolher  entre os que não me fascinam,
e sem escolha
eu voto.
Sem esperança,
eu voto.
Nunca desejei tanto estar enganada!
Anuncios deliberadamente sórdidos
ocupando o lugar vazio das ideias esperadas,
Nada foi dito além do óbvio formatado e gasto,
somente platitudes profissionais.
Nem impressionaram, nem emocionaram, nem seguraram a escuta,
mas ameaçaram minha esperança qualquer.
O que sobra é comer deste prato requentado,
famintos que somos.
Nossa digestão será longa e plena de distúrbios,
sufocados em paraísos fecais.
Debelados, cristalizados, logo assim
que tivermos votado!
 

Um comentário:

Aline Poitevin disse...

Com enorme prazer volto aqui.
Nao poderia deixar de comentar..concordo!
Também desejo estar enganada!