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domingo, 27 de março de 2011

Cintura Fina!

Tem gente que finge que não vê, que não ouve e de tanto fazer de conta, realmente não sente!
Essa gente , apenas algumas delas,ainda ensaiam uma explicação que é sempre frágil e somente quando são chamadas. Sobre isso lançam quase lacônicas explicativas: não adianta nada eu me pronunciar. Ponto. Não se pronunciam! Acreditam que o lugar do morto é o lugar do conforto, então se acomodam ali, contentes no seu espaço pequeno.Esse perfil nunca cria, porque como nada vê e nada ouve, não "nada" e nem bebe em fonte nenhuma.Vivem no espaço árido carente de ideias.Já fiquei tentada pra tentar ser assim, uma lesma lerda. Inclusive fui medicada pra isso, com uma bolinha que promete conter os impulsos. Desconfio que não adiantou e tenho certeza que se por acaso adiantasse, provavelemnte eu chutaria a bolinha. Não gosto do lugar do morto e não me sinto confortável em espaços com minimas e rasas fontes.Definitivamente gosto do muito e quero sempre muito mais. Mergulhada descobri que tem bastante e por isso tem pra escolher.Tem ainda uma análise de que tal falta de expressão pode ser sinais da diplomacia, do jogo de cintura ou do recuo estratégico. Nesse entendimento, fico designada ao absoluto insucesso diplomático, não sei andar de costas, por outro lado me apresentei muito bem com o bambolê, em anos passados, que até já tive tempo de passar a limpo. Atualmente minha cintura anda ocupada com outros jogos, que não se aproximam nem do bambolê e nem do"enroleichan" e que por aqui, só pega bem eu comentar que é bem divertido.Calar-se para escutar é sábio. Observações atentas também são atitudes espertas, mas nem sempre pronunciar-se a partir delas é conveniente, mesmo que se ache necessário. Não é conveniente nem pra quem pronuncia e nem pra quem tá sendo contemplado no pronunciamento. Atitude é tudo teoricamente. Engraçadas tornam-se as ações teóricas. Engraçadas, abundantes e ao mesmo tempo tão solitárias. Ficam numa forma de registro passivo, precisando do encontro com os olhos e os ouvidos da cintura certa, pra então serem transformadas no ritmo que faz remexer. O problema é que por melhor que seja o sincronismo do rebolado ainda tem gente que não vê e que também não ouve e então não sente o ritmo. Somente continuam rebolando aqueles que confiam que a melhor parte da platéia é exatamente a que está acordada e que o lugar do morto pode ser conveniente pra qulaquer coisa, menos pra cintura, que de tanto ficar jogada sem jogar nada, engrossa e então, desaparece!


Um comentário:

Aline Poitevin disse...

Bela postagem.
Gosto de quem questiona, interroga e se pronuncia, aos acomodados que usam o silêncio como forma de proteção.