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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A idade da loba - fase II - versão : a incendiária!




No exato momento me veio à mente uma música "daquele tempo" que se não me falha a memória ( como diria a minha, a sua e a avó de todo mundo) era cantada pela Fernanda Abreu:

"são três horas da manhã, você me liga
pra dizer coisas que só a gente entende
são três horas da manhã, você me chama
com seu papo poesia me transcende...
sua voz está tão longe ao telefone
fale alto mesmo, grite, não se importe
pra quem ama a distância não é lance
a nossa onda de amor não há quem corte..."

Lembrou? Ah! Pegou a melodia né? Tá cantando?! Sei! Imagina se você passar o resto do dia com isso na cabeça! Obviamente minha lembrança é só do refrão, até porque a música não merece ser lembrada por sua qualidade. Porque lembrei da música então? Porque são três horas da manhã (dan!!!!) Também é o que se diria a essa explicação "naquele tempo". Ninguém me ligou com papo poético transcendente, não estou acordada por causa de um amor perdido na madrugada, e sim por causa da insônia! Tudo bem, meu bem! Tentemos manter -se em "up" e vejamos o lado bom disso: não tem nenhum maluco, que só poderia estar bêbado, chapado ou cheirado, pra me ligar a essa hora, até porque, quem me conhece, sabe que durmo (modo de dizer) com o dono das armas ( não é modo de dizer, é verdade mesmo!) ao meu lado. Fato este, que pelos acontecidos das últimas noites, não me faz sentir exatamente protegida. Pelo contrário! Penso que todas elas podem ser apontadas pra mim, e não será de repente e nem sem querer ... porque acho que o dono das armas, que é o mesmo dono do manguito rotator (essa só entende quem acompanha meus escritos biográficos do blog) está considerando, qualquer movimento meu a  "última gota pro transborde" e pra quem gosta dos ditos, isso é justamente o oposto dele estar me achando o
"último biscoitinho recheado do pacote".Eu posso afirmar que já fiz de tudo que sabia pra dar conta da tal insônia, que começou no ano passado, quando completei quarenta primaveras (acho um pouco mais que rídiculo essa história das primaveras... mas noi accettiamo questo caso). Inclusive escrevi sobre ela querendo explicar de um jeito glamuroso, floreado,  falando da idade da Loba, brindando as minhas amigas e amigos, que descobri naquele período, também não dormiam e pelo que sei, hoje ainda não dormem. Quando meu problema surgiu, fiquei muito preocupada, e como toda a boa escorpiana "me pensei" singular. Daí fui eu contar pra toda gente, meu problema "super pessoal e intransferível" e "toda a gente" acabou com a minha singularidade recitando uma lista de "bolinhas" utilizadas por eles. Tipo assim (é assim que se diz neste tempo) o meu problema singular e intransferível é comum e plural. E reduzindo toda a minha insônia ao fiasco da idade me recomendaram parar de fazer apologia contra bolinhas e tomá-las, com muito amor e carinho, caso eu queira me encontrar com Morfeu. Tá certo! Tive que me render, mas pensei que seria apenas naquele momento. O momento inaugural das quarenta primaveras. Tudo transcorreu bem depois das primeiras trinta bolinhas. Pronto! Fiquei feliz com a possibilidade do singular novamente. Eu durmo e sem bolinhas! Nhécas!!! Para minha surpresa, mas não para surpresa geral da nação, eis que exatamente no período da quadragésima primeira primavera ( agora ficou péssimo né? abusei do rídiculo, primaveras + numeral ordinal)eu volto ao comum absoluto. Não durmo. Definitivamente, quero as bolinhas! Só agora cheguei onde queria com toda essa digitada...que bolinhas??? Elas não funcionam comigo, ou ao menos não como deveriam. Não, do modo como todos os meus amigos "catedráticos em bolinhas de dormir" me contaram, que seria. Elas me derrubam, mas não nos braços de Morfeu. Fico tonta, vertiginosa e fundamentalmente raivosa.Não espumei pela boca, até agora. Estou relativamente light quanto a isso, a raiva está controlada no RS.  Fui ao médico. Lógico. Psiquiatra, mais que lógico! Até porque, preciso justificar com  a maior cena originada pela minha irritabilidade. Dia desses, quando amanheceu e eu não acordei porque eu não dormi e tomei bolinhas e foram "inhas" mesmo, porque mais de uma. Resolvi sem pensar (sem pensar!!!imagina o que eu faria se pensasse um pouco!!!) fazer uma sessão exorcismo ( espero que o Papa não esteja lendo isso e é provável que esteja, porque eu, como toda a escorpiana que se preste, acredito ser a preferida de Cristo). Exorcisei os travesseiros. Todos! Eram nove. Me dei conta do desperdício...pra que tanto travesseiro numa casa com três pessoas?Coloquei todos na churrasqueiram gastei dois litros de álcool e... fogo neles! Fez uma mega fogueira! Adiantou? Nada! Não dormi mas reforcei minha fama de maluca e ainda, conforme o dono das armas, o mesmo cara do manguito rotator lesado, não haverá churrasco nessa casa até que eu desgrude tudo aquilo que está grudado lá, no fundo da churrasqueira.E eu que nem estava comendo carne, hoje, senti uma vontade danada de comer churrasco! Entendeu agora porque eu não sou mais o último biscoito do pacote dele? Entedeu também porque eu não me sinto exatamente protegida pelas armas dele? Bien, bien, perdi o churrasco, perdi os travesseiros e pelo que você pode perceber, não achei o sono e que me sinta feliz porque ainda não perdi o marido. Foram exatamente quatro receitas diferentes nessa semana. A dose não foi acertada e nem será porque tenho medo de grandes doses. Farei a polissonografia, e fiquem tranquilos, também o psicodiagnóstico por conta dos travesseiros. Prossigo tentando ser calma com e apesar da ausência do sono. É complicado,muito complicado! Porém, depois de falar e falar com amigos e ler e-mails de amigos sobre o assunto e sobre a minha pessoa, sinto-me capaz de reconquistar Morfeu e mais que isso, se esse amor for talvez impossivel, sei que não estou só. Não refiro-me à companhia das insônias e sim, da certeza absoluta da companhia de uns queridos e umas queridas da minha vida. Parcerias de qualquer hora mesmo. Eu continuo com a idéia que lancei no ano passado, nesse mesmo blog, nesse mesmo período e por esse mesmo motivo...uma reunião de lobos e lobas, na madrugada, soltos pela rua... tentando um caso com a lua. E pra não dizer que não falei das flores da primavera das lobas...olha o clipe do link abaixo ...tá bem que ela nem tem quarenta anos, "a maledeta", mas  chegará lá e pelo jeito já tem coreografia pronta pra enfeitar sua insônia...baci a tutti!

http://www.youtube.com/watch?v=_dWB4dyl-lw

PRECISO EXPLICAR? O ébano no início do texto é o Morpheus de Matrix...só pra constar que quando me refiro a querer encontrar  Morfeu é o dessa versão, a atual, na pele de Laurence Fishburne! I like it!

2 comentários:

Aline Poitevin disse...

Fê, são 02.22, perdi o " Morfeu" , então segui meu próprio conselho! Nada como escrever e exorcisar os pensamentos que nos afastam dele, mas não os travesseiros, até porque só tenho 4 e minha churrasqueira é daquelas de montar, teria muito trabalho! Obrigado pelas palavras no nosso Blog, pelos puxões de orelha , pelo stress partilhado, resumindo obrigado por tudo !!!!

Instituto Autismo e Vida disse...

Ai FE, genial! Mto bom o texto! Eu adorei.... adorei tb poder trocar experiências musicais com vc! Identifiquei-me para cara...(lho)... mto divertido (for fun!)... bju grande!