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quinta-feira, 2 de abril de 2009

A epistemologia superada num flash...

"Gentem"! Não existe lugar de produção, melhor nessa vida, do que aquele ocupado pelo estudante. Exatamente onde estou. Sou uma entusiasmada aprendente, revelando caminhos de uns saberes diferentes. Vejo de tudo o que eu nunca tinha visto antes. E, é nesse lugar da estudante, mas não como a estudante, que observo os adolês, os meus colegas. Facilmente me vinculei a eles e eles a mim, porque talvez, a adolescência ainda me parece encantadora e bem enfeitada por todos os seus nós. E claro - pra não escancarar um principalmente -porque não desatei muitos dos meus e isso me dá alguma vantagem na identificação. Frequento uma sala de aula, num curso sobre Flash. Entre os participantes, vários e vários adolês. São eles os melhores da turma.Disparado. Sabem muito da realidade virtual. Dominam outra linguagem. Realizam ações complexas a partir de códigos. Usam termos que parecem gírias para um leigo, mas não são.São técnicos. E transitam como autores e como decodificadores de scripts com sintaxe inenarrável e de surpreendente complexidade. São capazes de encontrar soluções, num curto espaço de tempo. Compartilham idéias com grupos formados por milhares de componentes. São solidários em suas descobertas e repassam, emprestam, doam, sem o menor egocentrismo intelectual. Pergunto tudo o que posso e o que não devia pra eles e aguento firme quando riem. E eles riem! O riso é o anuncio, de um pro outro e do outro pro um, que eu não sei o que eles sabem. Não sei e nem sei se saberei. Até aqui, tudo bem. Geração digital e eu sujeito de formação ministrada por uma geração analógica. No limiar, eu diria, do grande evento da informação. Dentre as minhas perguntas, quis saber como aprenderam. Respostas unânimes...na escola World Wide Web e como companhia la solitude. UAU! Intencionalidade de aprender? Eles têm. Potencial cognitivo? AFF. Criativo? Nooossaaaaaa. Habilidades diferenciadas? Também! Mas, não sabem do que são capazes. Hilário, né?Os que poderiam acompanhar e despertar a descoberta, não sabem do que eles sabem e nem que eles sabem, o quanto sabem. Fica dificil a interlocução. Têm saberes mas não deu pra desenvolver a ética desses saberes, com a mesma rapidez. O pensamento formal é assumido. Piaget afirmava que boa parte da população, em suas pesquisas, não acomoda no pensamento formal, nem quando adultos bem vividos. A geração digital se apropria do abstrato e se diverte com ele. Essa mesma geração, viva e plena de adolescências, cria e recria uma realidade paralela. Faz tudo isso e mais um pouco que eu não tenho alcance pra explicar e bem antes da idade cronológica prevista em pesquisas de epistemologia genética. Na mesma velocidade alcança, aquilo que há pouco parecia inatingível, as dimensões do abstrato... e elas são mais de três... Hora da nova epistemologia. Outros são os perfis dos aprendentes, tanto no quesito inteligência, quanto no afetividade. E isso, tá na cara. Mas, nas salas de aulas convencionais ( e todas são convencionais, inclusive as mais progressistas) em meio aos cadernos, apagadores, pó-de-giz, classes e a tralheira ad infinitum...não dá pra ver. Aff! Que confusão! Paulo Freire diria novamente...O que fazer? Ele saberia. Eu não sei. Mas, sei que o desenvolvimento moral, não tá acompanhando o intelectivo. A nova ordem foi estabelecida e desconfio que faz algum tempo. Pra agravar, a realidade paralela, disponibiliza os disparadores pra que uma pseudo moralidade apareça às avessas.Misturando isso com o idealismo adolê...ARE BABA...Crackeando, hackeando...mais um serial... infinitos e até divergentes profiles. Éééé'... eles têm muitos poderes nas mãos. O que fariam, com o que sabem, se soubessem como e pra que fazer? Não há um código de ética estabelecido para esse homo sapiens demens . Todos os rumos à disposição e ainda assim, sem rumo algum. Eis o caos. Eis o aprendente da escola formal. Não tentem nada contra eles. Não há sanção, nem punição, nem raios de corretivos que os impessam de seguir adiante. Quer saber? Ainda bem!!!Existe um vírus ultra contagiante nesse meio. Vírus mutável com fácil poder de transformação. Escorregadio e sempre disfarçado. Mask com e sem nuances do gradiente. Avatares... E enquanto isso...num ambiente surreal, chamado escola, a preocupação é que eles não copiem e colem do Google as pesquisas sobre o século XVII...é pra chorar?...de tanto rir!
Só pra constar...me matriculei numa escola de hacker virtual (fica a dica, que recebi)...estou aguardando a aceitação... não vou ser excluída do grupo da minha filha...que com pouca idade e sem dominar o código escrito, já salva os arquivos dos jogos da Barbie no seu computador, eu ao lado, só babando colorido...imagina o ela que fará a seguir...tenho que estar preparada!Caso contrário, serei dominada e esse não é o meu lugar...então, prossigo no lugar da aprendente.

Um comentário:

Juan Carlos disse...

A decir verdad existe una tendencia modernista la cual es muy aceptada por grandes compañias como MTV, Apple, Msn, etc. y quienes conducen esta tendencia son los adolescentes, ya que ellos determinan mercados, moda, hasta crean nuevas palabras para el lenguaje...y se comunican facilmente con quienes hablan otras lenguas sin saber el idioma, bueno, yo no me opongo a tendencias ni a los cambios, al contrario los apoyo siempre y cuando sean saludables y nos proporciones seguridad y progreso, pero creo que para llegar a ello tambien se debe "recordar" o "no olvidar" los valores que muchos de nosotros aprendimos en casa, tales como el respeto a los mayores, la lectura, los modales, etc., y cosa curiosa, he visto en Internet zonas de lectura donde se puede encontrar desde Shakespeare hasta Kiplin...obviamente no muy visitadas por adolescentes...ellos se distraen ahora con otras cosas,,,solo hay que dar con su punto de interes y de algun modo mezclar los valores en sus temas de interes...