Quando nos tornamos "mães" muitas coisas se transformam. Não estou me referindo à bunda, à barriga e ao culote, mas sim a algo mais complexo. "Seeiiiimmmm, ecxiste!" algo mais complexo que isso na vida de uma mulher. Principalmente quando se é mãe de uma outra mulher, que neste exato momento, ainda é uma menina. Quer algo com maior complexidade? Dois seres do tipo "xx" que se "auto-geraram" e continuam a fazer isso diariamente, porque todos os filhos independente do gênero geram seus pais e mães todos os dias. Caso você não seja mãe de menina, imagine você se enxergando ali, naquela mulherzinha, que herda muitos dos seus surtos, manias e soma a todos eles os seus próprios "pitis". Coisas de mulher! Bem, preciso abrir um breve parênteses sobre o termo complexo.( O "complexo" que uso aqui, nada tem a ver com o significado que é "popularmente" usado - sinta a maldade desse popularmente - e sim, o "complexo" da rede...esse emaranhado de coisas inter-ligadas que tornam o mundo assim...simples de explicar e entender! Como as mulheres!) Eu sempre ou até onde minha lembrança alcança, detestava as Barbies! É esse mesmo o assunto. As Barbies, as meninas e as mães das meninas. Meu universo"complexus"! Acho que é impossível alguém conceber o ódio por Barbies atualmente, mas eu realmente as detestei um dia. Talvez porque na minha infância elas não existissem. Isso mesmo, como sou velha! Eu amava - amava é meio "over"... gostava...um pouco ... das Susies, uma versão mais humanóide das atuais Barbies.Mais gordas. Menos loiras. Sei, lá. As Susies não eram perfeitas, elas também não tinham celulites. Pensando bem, as Susies também não mereciam minha devoção. Acabo de passar a acreditar que as Barbies são as Susies depois de uma overdose de barbitúricos para emagrecer. E se isso for aceito como verdadeiro, concluo que as Barbies além de mais magras e mais loiras, também são mais nervosas e loucas do que foram em seus tempos de Susies.Bem, o fato é que o mundo das Barbies existe e todas as mães de meninas, tenham elas mais ou menos do que a minha idade, são obrigadas a viver nele e conviver com elas e com todos os agregados que as Barbies possuem. Já vi tudo de Barbie. Sou uma expertise no assunto, só não vi a mãe da Barbie, nem o pai. O pai provavelmente deve ter abandonado a mãe e a filha, afinal ele sempre foi um coadjuvante na história.Barbies têm cachorros, gatos, namorados, carros, castelos, guitarras, note-books, sites, perfumes, maquiagens ... tudo, tudinho o que você imaginar e o que não imaginar também tem. Inclusive um mega empresário que convence todo mundo que a mesma Barbie é outra Barbie no próximo mês, com novos e mais cintilantes acessórios. E, aconteça o que acontecer, a cretina continua linda, loira e magra. A maquiagem dela tem purpurina e não borra! É algo! A Barbie é muito mais que um equivocado modelo do ideal inatingivel de beleza feminino. Ela é a fada, a princesa e a heroína. Todos os mitos em um único corpinho super magrinho. Haja tolerância com tamanha dose de simbolismo! Na verdade, ela é um perigo! Eu tentei, e confesso aqui, apesar de todo o estudo sobre infâncias...trololitrololó...destruir o mundo Barbie de minha filha. Tentei! Mas ela, a Barbie, me venceu! Faz um tempo, esteve armada num shopping, a nada mais nada menos, que a "Casa da Bárbie". Nooooossaaaaaaaaaaaa! Logicamente, me plantei por quase duas horas em uma fila indiana, para adentrar à residência "pink" da sujeita. Cor-de-rosa é cor de caipira, a da Barbie é "pink" mesmo! Quando entrei, me esquivando um pouco das coleiras de plumas(*) que estavam já ali, na porta de entrada, pensei: Minha chance de liquidar com ela de vez, é essa! Sim! Porque tudo, absolutamente tudo da loira, estava ali, porém, cercado! Logo na entrada, o quarto da Barbie. É algo que somente alguém com vivência poderia imaginar. Eu nem palavras tenho pra explicar um quarto de Barbie. Nem vou arriscar. Tudo era hermeticamente protegido por uma cerquinha branca com purpurinas, evidente! Podia olhar, todo aquele brilho, mas não podia tocar! Nem sentar na cama, nem no sofá, nem no lugar nenhum. Tudo intocável. Minha chance e eu lancei: "Viu, filha? Essa Barbie! A gente fica exausta, esperando um tempão na fila e quando a gente entra, ela não empresta nada. Naaadaaaaa! Egoísta demais, essa Barbie, né? " Minha filha, nem me ouviu ao menos não respondeu. Estava perplexa. Hipnotizada. Caminhava olhando pra todos os detalhes e chamava minha atenção para os que eu não conseguia perceber. Um tempo ali dentro e eu comecei a ficar "rosa" ou melhor "pink". Comecei a me encantar também pelo estilo Barbie de ser. Quando dei por mim, eu estava lá, sentada numas almofadas, na parte dos fundos da casa ( único local que os ilustres visitantes podiam sentar e tocar em alguma coisa) brincando entusiasmadamente com elas, as Barbies. Eu trocava as roupas, experimentava milhares de vestidos, andava nos carros pintados com tintas feitas com pó de estrelas, enfim... vencida e encantada! Dali por diante, o que ocorre é que já vi todos os filmes, sei de cor todas as músicas e comprei quase todos os acessórios. Brinco diariamente com minha filha e com as Barbies. Aliás, sou eu quem faz a voz da "Princesa da Ilha". Nada como mudar conceitos, entendendo o mundo à luz do olhos de uma criança. Seria isso, se minha filha não me chamasse à realidade. Quando começo a me empolgar muito na relação Barbie e seus contextos, minha mulherzinha linda diz: "Ai, mãe...ela é só uma boneca." Deixa estar... acho que esse é o efeito por contar a ela histórias das verdadeiras princesas e, certamente, é uma das provas de que os filhos são sempre uma evolução dos seus pais. De fato, mundo "complexus".
Um comentário:
BOÁ,foi eu mesma que descobri!
a amiga daqui, colecionadora de amigos de terceiro sexo...com a ajuda do Google e um pouco de astúcia...
R.
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