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sexta-feira, 4 de junho de 2010

Não é cultura é lamentável.

Passei a semana com a imagem do menino de dois anos fumegando feito chaminé e ainda fazendo malabares com o tal do pito. Fiquei sarapantada. Não há cultura que explique. E é justamente essa a motivação pra eu digitar algo sobre o assunto. Quando falei da minha impressão, ouvi de muitos "pseudo antropólogos" que "isso é cultural, as crianças na Indonésia fumam, a produção de tabaco é muito forte lá, é uma pratica comum." Pra quem eu peço socorro numa hora dessas? Pra quem nós, seres que respeitam a infância, pediremos socorro? Por elas, pelas crianças!  Pessoas inteligentes "sociologizadas", políticas e transgressoras, explicam o fato como sendo cultural? De onde virá o freio pra esse loqueteio? Chegará o freio em 2012 como aponta o calendário dos visionários Maias? Tudo indica que sim, porque é mesmo o fim dos tempos. Graças ao indonesiosinho fumegante descobri que sou etnocêntrica convicta (como todo o gaudério) e sofro de intensa xenofobia. Cultura pra mim é a burca, as indumentárias,  a poligamia, o Kama Sutra,  arrotar pra agradecer, chamar vômito pra comer mais e mais. Cultura não é chique. Não é visitar o Louvre duas vezes ao ano, assim como não é a criança fumando, a criança armada, a criança laranja do tráfico, a criança prostituta ou a michê.  Isso é a ausência absoluta de valores. É o vazio cultural. Sinto-me curiosa diante das verdades culturais, mesmo que não as entenda, porque não as protagonizo. Mas sou capaz  de relativizar. Isso eu aprendi, tudo o que não se entende é relativo. Sei olhar com respeito o que é do outro. Por isso, grito...NÃO É CULTURA! Tem que acabar. Como tem que acabar com tantas coisas que destróem publicamente a infância de qualquer continente. Conheço uma moça que atualmente é comissária de bordo da Emirite Airline (isso é chique) e o marido de uma amiga que faz negócios por lá. Ambos me contaram que as mulheres de burca questionam como conseguimos não usar a burca. Pra elas, aquele manto negro é uma mão na roda. Caso os cabelos estejam muito rebeldes, as olheira muito profundas e uma falta de vontade danada de lavar o rosto, quiçá o cabelo, a burca resolve. As mulheres de burca fazem chapinha, escova, hidratação tudo como nós e somente quando estão a fim. Alguém imaginou que não houvesse feminilidade por de trás do manto? E não é privilégio exclusivo de "a lot of money". Como aqui também não é. Damos um jeito, mesmo que esse seja o passar os cabelos a ferro. E as outras mulheres do marido? Elas se adoram. Vivem todas juntas, cada uma num andar e todas têm tudo  o que a outra têm. Até o marido. Pra que ciúme e inveja? Estão livres do dia-a-dia. E ainda têm a vantagem de anunciar uma pra outra como medida preventiva "fica ligada que o vivente hoje tá com a macaca." Aqui, o vivente não poderia ter mais de uma, mas normalmente tem, pelo menos uma vez na vida. Só que não consegue bancar tudo ao mesmo tempo. Nem no dindin nem  a "atenção". Lá a "atenção" é dividida, cada dia pra uma. Aqui, não tem como fazer esse negócio, daí percebe-se que o vivente se mete de pato a ganso e fatalmente afunda. O fiasco é total quando elas se descobrem. Nossa! Acho mais que patético as primeiras damas americanas e outras personalidades femininas ouvindo as desculpas públicas dos maridos. Hillary superou, mas por onde andará a Mônica? Vendendo charutos na Indonésia? Ah, não me diga isso! Bem, não tenho nunca a pretensão de desenvolver um discurso acertado, e nem preciso dela - da pretensão - pra mostrar minha indignação. Criança fumando é absurdo, não é cultura. Não tem que ser aceito, não tem que ser relativizado. Piaget não funcionou? Pinochet deverá funcionar, pode ser o Dr.Gregory House. E completo, para elas, as que lerem pensando...uma sociedade patriarcal, nós somos independentes, livres, a cada dia nos promovemos mais financeiramente...elas...as da burca estão atrás, estão subestimadas...fica meu riso, com som de irônia.

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